Você sabia que a pele infantil demora, em média, até 3 anos para que comece a se parecer com a pele adulta? Antes disso, ela é mais fina por ter um extrato córneo menos espesso, mais sensível e frágil, devido à imaturidade. Com isso, os produtos destinados ao público infantil e ao adulto são diferentes, tanto no que se refere às substâncias utilizadas quanto na concentração presente em cada formulação. Portanto, produtos destinados à adultos não devem ser usados em bebês e crianças!
Os principais cosméticos com diferenças nas formulações para crianças e adultos, são: xampus, condicionadores, géis de banho, pasta de dente, hidratantes, maquiagem e esmaltes.
A RDC Nº 07/2015 da ANVISA estabelece que produtos infantis são classificados como Grau 2, ou seja, necessitam comprovação de segurança e eficácia, assim como informações, cuidados, modo e restrições de uso, e devem ser registrados para serem comercializados. Esta medida tem como objetivo a diminuição de efeitos não desejados devido ao uso inadequado do produto.
Trouxemos alguns exemplos de substâncias utilizadas em produtos adultos, mas que devem ser veemente evitadas ao público infantil. Confira:
Tensoativos
Um exemplo bastante conhecido de tensoativo utilizado principalmente em xampus é o Lauril Sulfato de Sódio. Este, por ser um tensoativo aniônico que possui grande ação desengordurante, e por a pele de bebês possuírem pH próximo ao neutro além de menor produção de sebo pelas glândulas sebáceas, pode danificar as barreiras lipídicas das crianças, podendo levar a quadros de inflamação cutânea e deslocamento de camadas da pele.
Parabenos
São excipientes utilizados em formulações cosméticas com fins conservantes, protegendo o produto contra o crescimento e proliferação de fungos e bactérias. Comuns de serem encontrados em cremes, xampus, loções, entre outros, são: metilparabeno, propilparabeno, etilparabeno e butilparabeno. Essas substâncias quando em contato com a pele dos bebês podem gerar quadros de dermatite e rash (erupção) cutâneo.
Álcool
Especialmente quando se trata de bebês prematuros e recém-nascidos, não é recomendado que haja álcool na composição de antissépticos tópicos ou em soluções de limpeza. Quando em contato com a pele dos bebês prematuros, apesar de não haver permeabilidade ao tecido cutâneo, essa substância pode ser capaz de gerar necrose hemorrágica. Além disso, pode causar ressecamento e até queimaduras, principalmente em bebês de baixo peso. Uma alternativa segura é a utilização da clorexidina, que é um antisséptico tópico recomendado para crianças com mais de 2 meses de idade.
Outras substâncias
Apesar das citadas acima serem as mais encontradas, muitos outros compostos podem ser prejudiciais à pele frágil das crianças, não somente causando irritações e alergias, mas também na absorção pela pele ou por ingestão acidental destes compostos. Exemplos destas substâncias são: corantes sintéticos utilizados para embelezar os produtos, podendo gerar quadros de intoxicação; Uréia que ao ser absorvida pode causar uremia ao consumidor infantil; Ácido bórico que pode causar vômitos, diarréia e outros males quando ingerido, além de diversas outras substâncias como ácido silícico, álcool isopropílico sob oclusão, anilina, resorcinol, soluções iodadas, dentre outros.
Também é extremamente necessário atentar-se em quais são os formatos dos produtos que se pretende utilizar em bebês e crianças. Os talcos na forma de pó, por exemplo, não são recomendados hoje em dia em bebês, pois existe o risco da inalação acidental, podendo causar problemas no sistema respiratório, como pneumonia, granulomas e fibrose pulmonar.
Para saber mais sobre o assunto, recomendamos consultar um profissional e verificar sempre antes de usar um produto de higiene ou cosméticos em bebês e crianças!